O tour para ver o fenômeno natural do encontro dos rios Negro e Solimões é facilmente encontrado em Manaus, tanto em agências como direto com os barqueiros. Eu passei por uma situação bem desagradável até comprar este tour. Já viajei bastante pelo Brasil e sei que comprar passeios com "barqueiros" e pessoas que vendem nas ruas apesar de sair mais barato pode ser arriscado e garantia de perrengue. Quando cheguei em Manaus fui na cooperativa onde saem os barcos e pedi informações sobre os preços, roteiro e o que incluía, mas não reservei nada com ninguém. Os vendedores quase te arrastam para o barco, como se o simples fato de você perguntar o preço te obrigasse a comprar o passeio com ele.
Eu cheguei nesta cooperativa e falei com a primeira pessoa que vi ali, e de repente apareceu um homem muito agressivo dizendo que eu "fechei negócio" no dia anterior com ele e o outro estava roubando o cliente dele. Eu nem lembrava daquele cara, pois havia pedido informação a várias pessoas. Os dois começaram a discutir e se empurrar, um deles quase me puxando para a loja dele para eu pagar o passeio, já que agora eu tinha obrigação né? Eu falei que não queria mais e saí quase correndo, pois um deles começou a vir atrás de mim muito grosso mandando eu comprar o passeio com ele. Consegui fugir de lá mas os arredores são meio estranhos, fiquei com muito medo.
Acabei chegando no Mercado Adolpho Lisboa ( minha intenção nem era ir lá kkk) e sentei em uma lanchonete. Então vi um casal comprando o passeio com um homem de uniforme e crachá de uma agência. Custava mais caro (R$150,00) mas me parecia mais garantido. Paguei pelo passeio com almoço incluído em um restaurante flutuante e em 30 minutos eu estava no barco. Não lembro nome da empresa que fez o passeio, mas achei bem barato pela quantidade de atrações que vi em um dia, e ainda com almoço incluído.
Cerca de vinte minutos após o início do trajeto, o barco parou para que pudéssemos apreciar o encontro dos Rios Negro e Solimões. O barqueiro reduziu a velocidade para que os turistas pudessem colocar a mão na água. Pode-se sentir a diferença da temperatura entre os dois rios, a água escura do Rio Negro é quente e a do Rio Solimões é fria. Quando os rios se encontram, as águas (negra e barrenta) não se misturam devido às diferenças de densidade e velocidade.
A segunda atração foi o pirarucu, que é um dos maiores peixes de água doce do Brasil. Ele pode atingir até três metros e pesar 200 kg. É encontrado geralmente na bacia Amazônica, mais especificamente nas áreas de várzea, onde as águas são mais calmas.
O lugar tinha uma feirinha de artesanato ( bem cara), mas era só para ver o peixão de perto mesmo. Depois pegamos o barco de novo, para ir ao restaurante flutuante almoçar. Mas o almoço não estava pronto ainda, então fomos visitar o "lago das vitórias-régias". Acontece que não era época delas, então havia só algumas, e ainda feinhas coitadas!
O almoço no restaurante flutuante tinha vários tipos de peixe, pirarucu, tucunaré, tambaqui frito, assado, ensopado, etc. Servidos com mandioca ( aipim!), arroz de caboclo e salada.
Depois do almoço visitamos a tribo indígena Dessana. Eu tenho um pé atrás com esses passeios, me soa como uma coisa pega turista e propaga estereótipos em relação aos indígenas. Mas depois de visitar me pareceu um jeito de eles perpetuarem os costumes e ganhar algum retorno financeiro com isso, parece ser algo organizado por eles mesmos.
A visita à tribo foi bem breve, o pajé explicou um pouco sobre as origens da tribo Dessana, que vive nos arredores de Manaus. A tribo originalmente habita uma aldeia na fronteira entre Brasil Colômbia e Venezuela. Mas cerca de 20 atrás alguns membros se mudaram para essa comunidade nos arredores de Manaus, para que pudessem se aproximar da cultura do “homem branco”, tendo acesso aos estudos e trabalhando com turismo, uma forma que encontraram para perpetuar as suas tradições. Houve uma dança interagindo com os turistas e depois algumas meninas faziam pintura facial em quem quisesse, o guia já avisava para ajudar com algum valor quem fosse fazer a pintura.
Formigas crocantes e seus acompanhamentos...hmmm |
Retornamos ao barco para enfim ver o boto cor de rosa. No barco tinha pessoas que compraram de diferentes agências. Uns tinham o passeio do boto incluído no preço, como eu, mas outros não tinham. Isso causou muita confusão na hora da entrada, pois tinha muita gente revoltada porque descobriu naquela hora que precisava pagar R$30,00 a mais.
Meu ingresso fofinho |
Para interagir com os botos tem uma plataforma onde o pessoal fica em pé dentro da água, e dá muito medo! Fica uma pessoa dando comida aos botos e eles pulam o tempo todo e ficam se esfregando nas pessoas ( talvez venha daqui o motivo da lenda ahahha). Eles são escorregadios e gosmentinhos, muito cuidado para não encostar na boca deles, pois dentes não faltam para dar uma mordida! Eu acho que é muita gente ao redor dor animais, que vêm em bando por causa da comida, e para completar têm as crianças gritando com medo do boto. Quando contratei o passeio não pensei nisso, ver o boto de perto já estava bom. Há um passeio em Novo Airão, o flutuante dos botos, onde os botos são alimentados com hora marcada, assim os turistas conseguem ver eles de perto ( é proibido entrar na água com eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário