domingo, 30 de julho de 2017

City tour pela ruínas incas em Cusco

As ruínas incas não se resumem a MachuPicchu. A cidade de Cusco e os arredores possuem vários parques arqueológicos para conhecer mais a fundo a civilização Inca. Depois de alguns anos viajando aprendi que reservar tour antecipado é desnecessário e caro na maioria das vezes. Mas a América do Sul tem as suas armadilhas...
Quando peguei o táxi do aeroporto de Cusco para o centro o taxista me perguntou se eu já tinha algum roteiro programado,pois a família dele tinha uma agência e turismo. Acabei concordando em dar uma paradinha na tal agência, pois como já queria fazer um tour no mesmo dia pensei que talvez não houvesse mais vagas. Os preços estavam na média do que eu havia pesquisado na internet, então fechei um city tour pelas ruínas de Cusco para o mesmo dia (S/20) e o tour do vale sagrado para dois dias depois (S/ 75 com almoço) e paguei adiantado. Peça para anotarem no recibo tudo o que foi combinado, em alguns casos não adianta muito, mas ajuda se resolverem te contradizer.
O city tour incluía as seguintes atrações: Qorikancha, Qenqo, Sacsayhuaman e Tambomachay. No preço do city tour não estão incluídos os ingressos para as ruínas. O boleto turístico integral dá direito à entrada das ruínas do city tour, vale sagrado, alguns museus e outros sítios arqueológicos que não sei onde ficam. Pode ser comprado no centro para adiantar, mas eu e todos os turistas do nosso grupo ficamos na preguiça e deixamos para comprar na entrada de Qenqo, o que deixou a guia fula da vida e atrasou o tour. 
Foi combinado em ambos os tours que eles me buscariam e deixariam na frente do meu hostel. O city tour estava marcado para as 13:30, eram 14:00 e nada de alguém aparecer. Pedi pro recepcionista do hostel ligar para eles, mas nenhum dos números escritos no recibo atendia. Depois de muitas tentativas alguém atendeu e disse que havia muito trânsito e que não conseguiriam me buscar, e eu teria que pegar um taxi até Qorikancha e procurar a Tania da Taritour. Peguei o táxi e quando cheguei ao local estava uma muvuca enorme de turistas, gente vendendo souvenir e mulheres com lhamas tentando te fazer pagar ( caro) por uma foto.
Havia várias agências no mesmo lugar, cada uma com uma bandeira com cor e número para identificação. O problema é que ninguém conhecia a agência Taritour, e muito menos a Tania! Todos os guias tinham pranchetas com listas de nomes e o meu não estava em nenhuma delas. Depois de ficar meio apavorada, procurar essa porcaria de "agência" e a tal da Tania, não encontrei nenhum dos dois, mas encontrei o meu nome em uma lista de outra agência. Aí comprei o ingresso e entrei no convento procurando que nem louca a tal da Mariela que seria a minha guia. Encontrei a criatura, mas o tour já estava rolando há uma hora. Quando você compra um tour em uma agência, não significa que vai ir com eles, você vai ser jogado pra qualquer lugar. O problema é descobrir qual.
Nesse local havia vários tours iguais acontecendo ao mesmo tempo. É muita concentração pra traduzir o guia e assimilar alguma informação em meio ao burburinho dos turistas conversando e vários guias explicando em idiomas diferentes, todos grudados um no outro.

Qorikancha
O nome  significa templo dourado ou templo do sol, pois havia ouro antes de os espanhóis destruírem e levarem tudo embora. Foi construído pelo imperador Pachacuti  para comemorar a vitória sobre os chankas. O templo era um local sagrado de oferendas e também um observatório. As paredes do templo eram revestidas de ouro, hoje só restam as pedras.



Junto com os conquistadores espanhóis vieram religiosos dominicanos que sobre o templo de Qorikancha construíram o convento e a Igreja de Santo Domingo. O pedaço maior na foto acima era revestido de ouro e pedras preciosas, e no solstício de inverno (21 de junho) os raios de sol incidiam diretamente no local fazendo o templo brilhar ainda mais. Esta é uma réplica de um dos antigos revestimentos de ouro do templo.

A arquitetura do templo é uma mistura de inca e espanhola, pois os espanhóis aproveitavam as bases sólidas das construções incas para sobre elas construírem os monumentos da sua religião. Em 1950 um terremoto atingiu Cusco e as construções feitas pelos espanhóis caíram, restando apenas as ruínas incas usadas como a base. O espanhóis tentavam fazem umas réplicas versão tabajara imitando o encaixe das construções incas:
Construção espanhola X Construção Inca

Qenqo


O nome original e o uso deste templo ( e de vários outros) é desconhecido. Qenqo significa labirinto, foi o nome dado pelos espanhóis devido às galerias subterrâneas. O local tem a forma semicircular, então presume-se que tenha sido um anfiteatro, altar ou tumba. Dentro há uma pedra muito fria usada para fazer sacrifícios à Pachamama. Tem uma placa avisando: cuidado para não cair, se não vira oferenda para a Pachamama hahaha.




Sacsayhuaman

Sem dúvida o mais impressionante de todos que visitamos. Foi uma fortaleza inca construída para se defender dos invasores. As pedras que formam a construção são tão grandes que não dá pra imaginar como foram carregadas. Sacsayhuaman está a 3.700 metros acima do nível do mar. Como foi a penúltima ruína que visitamos, eu não estava com muito fôlego para subir muito.





Tambomachay:

Há vários locais que possuem a palavra tambo no nome. Estes eram os locais usados como paradas de descanso entre as viagens e onde encontravam água. Os tambos eram feitos de pedra e havia salas para armazenagem de alimentos.Segundo a guia, essa fonte jorra água sem parar desde que foi construída há vários séculos.

O engraçado é que neste tour algumas pessoas ficam tirando fotos dos turistas o tempo todo, mas não fomos avisados sobre o que era. Quando subi na van para ir embora uma mulher veio com uma foto minha andando na estrada comendo uma soca milho e perguntou se eu ia comprar hahahah. Eu só consegui rir muito daquilo, o que eles fazem com as fotos depois?  
Na última parada ( não lembro o nome) estava muito escuro e não dava pra ver nada, pois perdemos muito tempo na fila comprando o boleto turístico. Depois de terminar o tour a van nos deixou à noite em uma garagem num lugar macabro, a cerca de 3 quilômetros do centro. O combinado quando comprei o tour era deixar na frente do hostel.
Conheci um casal do Rio de Janeiro que foi caminhando comigo até o centro, e de lá peguei um táxi. Eles fecharam o tour por S/16 ( eu paguei S/20) e combinaram pra pagar no fim do tour, mas...a guia não cobrou nada deles e fizeram o passeio de graça! Pior ainda foi saber que o hotel deles ficava a alguns metros de distância do meu, e eles foram buscados no hotel e eu não. Esse foi somente o primeiro dia de uma viagem de 11 dias pelo Peru e Bolívia. E pra piorar mais ainda, eu tinha mais um tour pago adiantado com essa mesma agência lazarenta. 

Um dia depois fui dar uma volta no centro de Cusco, e quando voltei me disseram que uma van apareceu me procurando para o tour do Vale Sagrado. Eu liguei pra eles e expliquei que reservei o tour para daqui a dois dias. 
- Ah então te buscamos amanhã - eles disseram. 
- Nãão, amanhã vou pra MachuPícchu, é depois de amanhã! 
- Não, está escrito dia 19, é amanhã!
- Não moço, hoje é dia 17, amanhã 18 e eu reservei pra dia 19.
Foi um sufoco pra entenderem o calendáro. E eles tinham uma cópia do meu recibo com as datas, não tem justificativa pra tanta confusão.

City tour com ônibus panorâmico:

Se você quer ver as ruínas incas em Cusco mas  não tem paciência para ficar o dia todo em um sobe e desce cansativo dá pra fazer o tour com o ônibus panorâmico. Custa S/20 e dura duas horas, o ônibus passa por todas as ruínas do city tour mas não entra em em nenhuma. E você ainda ganha um ritual da Pachamama com direito a ficar com cheirinho de arruda hahaha.




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