domingo, 25 de dezembro de 2022

Guarda do Embaú

 A Guarda do Embaú é uma praia catarinense localizada entre os municípios de Paulo Lopes e Palhoça. Conhecida pelas trilhas e os charmosos barquinhos de madeira que atravessam as águas do Rio da Madre, a Guarda é um paraíso para surfistas e todos aqueles que queiram relaxar e se deixar levar pela vibe do litoral sul catarinense.


Qual a melhor época para visitar?

O local pode ser visitado durante o ano todo, mas se você quer entrar na água vá no período de novembro a março. O mar em Santa Catarina é bem gelado e entrar na água em qualquer praia fora dessa época é impossível ( por isso que as baleias gostam daqui rsrs).Quando mais ao sul a praia, mais gelada a água.

 que fazer na Guarda do Embaú?

Eu fiquei cinco dias na Guarda do Embaú e acho que para fazer as trilhas e visitar as praias principais o recomendado é ficar três dias ou mais. As atrações se resumem a praia, surf, trilhas e música ao vivo.

Eu passei o natal de 2022 depois das chuvas que assolaram a região e interditaram estradas. A água do Rio da Madre estava bem escura, dependendo da maré ela fica azul esverdeado. Uns dias depois as estradas haviam voltado ao normal mas muitos turistas ainda tinham receio de visitar o local, então apesar de ser alta temporada pode-se ver nas fotos que estava bem vazio. No período entre Natal e ano novo as filas para pegar os barcos chegam a fazer curvas na praia.

Atravessar o Rio da Madre de Barco:

Os barqueiros ficam sempre na beira do Rio da Madre e saem toda vez que o barco enche. Paguei R$8,00 ( somente ida ) em 2022. Eles aceitam dinheiro e pix. Para voltar sempre tem barqueiros esperando do outro lado. Algumas pessoas tentam atravessar nadando, mas vi muita gente levar bronca do salva vidas. Eles vão de barco atrás e mandam voltar. As correntezas tornam essa travessia perigosa e você pode ser arrastado para o mar.

Depois de atravessar o rio precisa atravessar as dunas para enfim chegar na Praia da Guarda do Embaú. Eu achei a praia bem esquisita, ventava muito e o mar muito revoltado. Não fiquei muito tempo ali, não tinha muito o que fazer, valeu mais pela viagem de barco.


Trilha da Pedra do Urubu:

A Pedra do Urubu tem 130 metros de altura, é composta por duas pedras e pode ser vista de vários locais na Guarda. Esta trilha permite ter uma vista panorâmica das praias da Guarda e o Rio da Madre. A trilha inicia em uma rua no centrinho, tem algumas placas sinalizando. Eu não tenho resistência nenhuma para subir morro achei bem tranquila. No final para chegar na pedra tem umas subidas em pedras,precisa usar as mãos para se equilibrar, é um pouco trabalhoso mas nada que seja extremamente cansativo. Na alta temporada filas chegam a se formar no topo para tirar a famosa foto na pedra.

O morro mais alto é a Pedra do Urubu

Prainha da Guarda do Embaú e Piscinas naturais:

Agora atenção para ninguém fazer a mesma besteira que eu fiz. Durante a trilha da Pedra do Urubu tem várias placas sinalizando a trilha para a Prainha. Isso da a impressão de poder ir na pedra e depois emendar com outra trilha pra chegar na Prainha. Na Pedra do Urubu havia uma família que estava seguindo para a Prainha. Segundo eles, sabiam para onde estavam indo, mas estavam mais perdidos do que eu. Fui atrás deles e terminamos a trilha num barranco enorme que mal dava pra descer andando, muito íngreme e escorregadio. O final da trilha claramente não era ali. Mas estava muito quente e ninguém queria voltar, subir o barranco de novo e refazer a trilha.

Sim, nós descemos por ali hahah





Apesar do nome, a Prainha é enorme, é bem roots, não tem nenuma estrutura de bar ou vendedores ambulantes, o que deixar o local ainda mais especial. 
As piscinas naturais ficam no canto direito da praia. Para retornar pelo caminho correto, é só seguir subindo pelo caminho demarcado no chão, e que termina na Praia da Barra do Rio da Madre. 

As "piscinas naturais" em Santa Catarina não têm nada a ver com as piscinas naturais do nordeste. É sempre um buraco com areia no meio de pedras enormes com ondas violentas que quase te matam. Deveria ter outro nome, não parece bem uma piscina...

Piscina violenta, quer dizer...piscina natural.
Praia da Barra do Rio da Madre no lado esquerdo, final da trilha

Para voltar é bem fácil, só seguir o caminho que tem demarcado pelas pedras ( trilha que deveríamos ter feito ). O final da trilha da na Praia da Barra do Rio da Madre, que também é acessível somente por trilha. Para voltar para o centrinho tem uma trilha bem curta. 

Vale da Utopia:

Impossível falar na Guarda do Embaú sem pensar no Vale da Utopia. O vale fica localizado entre a Praia da Pinheira e a Praia da Guarda do Embaú e faz parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. O vale sempre teve uma atmosfera mística com a grama verdinha, Praia do Maço, barzinho e pessoas campando. Até alguns anos atrás era possível acampar, quando visitei em dezembro de 2022 não era mais permitido. Nunca entendi direito o que aconteceu, mas o vale fica numa área de preservação ambiental, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Em março de 2022 a justica ordenou a demolição do bar que ficava na Praia do Maço. 


A trilha inicia na Praia de Cima em Palhoça. No final da trilha havia uma placa informando o valor, mas não havia ninguém cobrando nada e passei pela porteira. Quando voltei tinha uma mulher cobrando com uma máquina de cartão.
Eu não fiz a trilha toda, visitei a Praia do Maço e fiquei apreciando o local. Infelizmente a paz do local foi quebrada por pessoas inconvenientes com suas JBL gigantes...




Comer, fazer compras no centrinho e ouvir música ao vivo:

O centrinho da Guarda do Embaú é pequeno mas bem servido de restaurantes, cafés e lanchonetes. O Bar del Mar tem música ao vivo à noite, a banda toca em frente ao restaurante na areia da praia. Toda tarde eu ficava assistindo o pôr do sol na beira do Rio da Madre e depois assistia à banda tocar.





sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Lagoa do Peri - Florianópolis

    A ilha de Florianópolis é cercada de lendas, e a origem da Lagoa do Peri é uma delas.  Havia uma bruxa chamada Conceição e um índio chamado Peri, os dois se apaixonaram mas não tinha a aprovação das bruxas nem dos índios. Quando foram descobertos Peri foi transformado numa lagoa, a Lagoa do Peri que possui formato de coração. Conceição chorou tanto pela perde de Peri que suas lágrimas formaram uma lagoa da Conceição. Outras versões dizem que o nome da lagoa se deve à uma planta chamada Peri. Histórias à parte, a Lagoa do Peri é um dos diversos cantos da ilha da magia que valem a pena visitar.

    A lagoa do Peri é uma reserva biológica localizada no sul da ilha, e abriga animais como lontra, macaco prego e jacaré do papo amarelo. Possui 11 metros de profundidade e 5,2 km de extensão. A lagoa possui  estrutura com estacionamento, banheiro, lanchonete, playground e caiaque e stand up para aluguel. 

    Você pode relaxar e aproveitar a lagoa, ou se quiser desvendar o local, há três trilhas: Caminho do Saquinho ( pode-se ver resquícios de engenhos coloniais), Caminho da Restinga (vai da lagoa à praia da Armação ) e o Caminho da Gurita, que é é o mais longo e também o mais atrativo por causa dos riachos e pequenas cachoeiras no caminho. Há também a opção de fazer este passeio que eu fiz, que você pode reservar no Airbnb  por este link. 
 

    Às 09:00 nos encontramos no ponto combinado e pegamos os caiaques e stand up (podia escolher). Enquanto estávamos nos preparando avistamos algumas revoadas de garças e outras aves. Foi a primeira vez que remei na agua doce, é muito mais cansativo do que remar na água salgada; e ainda havia vento e ondulações que deixavam tudo mais difícil. Depois de pouco mais de uma hora remando entramos de caiaque numa abertura que dava para uma floresta na lagoa, muito parecido com o pântano do Shreck, árvores no meio da água, barba de velho e bromélias. 


    Depois de remar mais um pouco ancoramos os caiaques e stand up e seguimos para uma curta trilha até a cachoeira da Gurita. A cachoeira também pode ser pela trilha do caminho da Gurita a pé, não tem necessidade de usar caiaque. Mas a paisagem do percurso feito com o caiaque é única, remar no meio da floresta metade submersa é um experiência incrível de proximidade com a natureza. Estávamos em quatro pessoas no passeio, não vimos mais nenhum turista, o silêncio  só era quebrado pelo barulho dos remos na água.





    Depois de chegar na cachoeira tivemos pouco mais de uma hora para aproveitar suas águas geladas e refrescantes. Este foi o ponto final do da trilha, depois retornamos onde deixamos os caiaques para voltar ao pântano, remar pela lagoa e finalizar o passeio.

    
A lagoa tem várias "prainhas" na costa, fizemos uma parada para descanso em uma delas. Esta pedra gigante tem um nome ( mas quem lembra? ahah), onde passamos de caiaque por dentro, uma experiência meio Jurassic Park. Todo o visual deste passeio da lagoa é muito único e diferente, as montanhas contornando a lagoa, as pedras com bromélias e barba de velho pendentes, revoadas de aves, tudo misturado ao silêncio e solitude da lagoa somente para nós...e um pescador ou outro com o seu barquinho, que apareciam no nosso caminho.

    Eu considero um passeio extremamente cansativo,  o vento no retorno deixou as remadas cada vez mais pesadas. Retornamos ao ponto de saída às 13:00 e eu estava muito cansada. O passeio foi na sexta e segunda-feira meu braço direito começou a latejar, a dor era tão forte que eu mal conseguia segurar um copo. No outro dia a dor piorou, fui para o pronto-socorro e ganhei 3 dias de atestado. O passeio é incrível, vale a pena, mas o trajeto remando é longo e cansativo.  Eu fiz este passeio com a guia Fernanda, reservei pelo air bnb e custou R$160,00. 



quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Ilha do Campeche - Florianópolis



A Ilha do Campeche fica no sul da ilha de Florianópolis, bem em frente à praia do Campeche, onde pode ser vista bem de perto. A ilha é pequena, tem cerca de 1,6 km de comprimento no sentido norte-sul e possui apenas uma praia: a praia da enseada, localizada no lado oeste e com 500 metros de extensão. Além de possuir águas azuis e cristalinas,  Ilha do Campeche é um importante sítio arqueológico e  tombada pelo IPHAN, o lado leste da ilha possui inscrições arqueológicas datadas de de 5000 a 3500 a.C., que podem ser vistas na trilha guiada.

Ilha vista da Praia do Campeche

Como chegar:

Para chegar até a ilha há vários caminhos: saída de barco da Barra da Lagoa ou Praia da Armação, saída de bote da praia do Campeche ( R$200,00 ) e passeio de lancha ($$$). Se tiver preparo físico pode ir nadando, de caiaque ou stand up paddle, já que a ilha é bem próxima da costa. Tem grupos que fazem essa travessia a nado para a ilha, mas é indicado se você tiver preparo para isso devido às correntezas.

Eu visitei a ilha duas vezes e na primeira vez saí da Barra da Lagoa. O trajeto dura 1:30 e o mar é bem agitado. Na segunda vez saí da Praia da Armação, o trajeto dura 30-40 minutos em barco de pesca, o mar é mais calmo e a viagem menos cansativa, prefiro esta opção. A Praia da Armação fica ao lado da Praia do Matadeiro, ambas são divididas pela Pontas das Campanhas, um morro que dá vista para as duas praias e um belo pôr do sol. Os barqueiros não aceitam cartão como pagamento, somente dinheiro ou PIX. Paguei R$80,00 em novembro de 2022 ( baixa temporada ). 

O passeios saem de acordo com as condições do mar, é interessante acompanhar a página da APAAPS ( associação de pescadores do Pântano do Sul ) no instagram para se atualizar, pois em alguns dias não há saída de barcos. 

Eu visitei a ilha duas vezes em novembro, baixa temporada com poucos turistas. Em feriados e alta temporada ela fica lotada, se puder evite o período de 15 de dezembro a final de janeiro e feriados ( 15/11  e Carnaval ).

Onde comprar o passeio:

Para a saída da Barra da Lagoa eu reservei por whattsapp com a Portal destino Florianópolis (48 9915-4695), a agência fica no centrinho da Barra da Lagoa. É preciso reservar antecipado, pois o IPHAN limitou o número de desembarques na Ilha do Campeche em 700 pessoas por dia.

Na Barra da Lagoa os barcos ficam debaixo da ponte metálica e saem pontualmente às 10:00. Havia frutas e água à vontade no barco. O passeio custou R$120,00 (2018), com pagamento antecipado de R$25,00 pelo PagSeguro. Menores de 5 anos não pagam. Precisa chegar antes na agência para pagar o restante do valor e pegar o recibo para mostrar ao entrar no barco. O passeio com saída da Barra da Lagoa por ser mais longo custa mais caro que o que sai da Armação.

Para quem sai da Praia da Armação, na baixa temporada o ingresso é comprado diretamente com os barqueiros no local. Na alta temporada é preciso reservar com a APPAPS, as filas para o barco ficam gigantes.  Os barcos saem a partir das 09:00, à medida que lotam. Como fui na baixa temporada precisei esperar o barco lotar, pois haviam poucas pessoas.

Saída da Barra da Lagoa



Saída da Praia da Armação

Informações importantes:
A ilha possui um restaurante com preços abusivos, a comida feita às pressas e sem qualidade. Aconselho levar a própria comida, só tome cuidado com os quatis, eles roubam até protetor solar. É proibido fazer churrasco e acampar. Você pode levar guarda sol e cadeira, alugar no local ou com os barqueiros na praia da Armação ( bem mais barato). O tempo de permanência da ilha é de 4 horas, não importa o horário que chegou. Se o barco chega às 09:00 por exemplo, às 13:00 é o seu horário máximo para sair ( se quiser voltar antes também pode ). Os últimos barcos saem da ilha às 16:00.
A água sempre tem esse tom azulado, mas se a maré estive baixa ela fica ainda mais azul e cristalina. A primeira foto é de 2018 com a maré 0.9 e  segunda foto em 2022 com a maré 0,2. Pesquise sobre a tábua de marés, o ideal é a maré estar no máximo 0,5 no horário do seu passeio.



Aí é só curtir as suas quatro horas na ilha! Recomendo fazer a trilha para o lado leste da ilha, é de nível fácil e a paisagem é deslumbrante. Durante a trilha a guia fornece informações sobre os primeiros habitantes, inscrições rupestres, fauna e flora da ilha. Não precisa ir de tênis, fiz de chinelo mesmo. 



Inscrições rupestres


O passeio saindo da praia da Armação tem um charme à parte, o sul da ilha ainda conserva muito da cultura açoriana e dos pescadores. Aproveite para conhecer a praia do Matadeiro e a Ponta das Campanhas, que divide as duas praias e tem uma vista incrível.