terça-feira, 1 de agosto de 2017

Tour pelo Vale Sagrado dos Incas - Peru

O Vale Sagrado dos Incas fica é formado por numerosas ruínas e monumentos arqueológicos, um atrativo para quem está interessado em conhecer a história e o legado dos Incas.
O tour tradicional do Vale Sagrado leva o dia todo e passa pelas ruínas de Pisac, Ollantaytambo e Chinchero. Apesar do nome, o tour não abrange todo o Vale, que é  formado por Sacsayhuaman, Keno, Tambomachay, Pisac, Machay, Maras, Ollantaytambo, Chinchero e Urubamba. Acredito que 3 dias seriam necessários para conhecer quase tudo, há vários tours que vão para as outras ruínas.
Dizem que o melhor é fazer o tour do Vale Sagrado e só depois visitar Machu Picchu, pois assim a parte histórica fica mais interessante. Mas...por falta de planejamento e conhecimento eu fiz o contrário. 
Muitas pessoas encerram o tour do Vale Sagrado na cidade de Ollataytambo para pegar o trem para Águas Calientes e não fazem a visita a Chinchero. O tour chega em Ollantaytambo às 16:00. Aconselho a fazer essa opção, economiza tempo e dinheiro, pois Chinchero é interessante mas não é nada imperdível assim.
Esse não é um tour aconselhado para crianças pequenas e pessoas com algum problema de mobilidade. Nenhuma das ruínas tem corrimão ou alguma espécie de proteção e tudo é extremamente cansativo e alto, há um sério risco de acidentes.

Pisac 

Antes de escrever sobre as ruínas de Pisac, tenho que mostrar a máquina de descascar laranja que vi na entrada hahah.

Depois desta demonstração peculiar de tecnologia, seguimos para os terraços de Pisac. Esses terraços serviam como plantação e a água que  derretia das montanhas era canalizada para a irrigação. Essa água era usada para irrigar todos os patamares dos terraços. A paisagem estava com essa cor pela falta de chuva do inverno, mas muito também é devido ao desvio da água. Como há pessoas morando nos arredores de Pisac, a água foi desviada para as casas e hoje não há mais irrigação nos terraços.






O local conta com um cemitério inca nas montanhas. Os mortos eram trazidos por cima do morro e depois enterrados. Quando os espanhóis chegaram destruíram boa parte destes cemitérios. Não dá pra ver muito bem na foto, mas as tumbas são as esses buracos.


Passeio por agência sempre tem aquela paradinha estratégica para fazer você perder tempo e tentar gastar ainda mais dinheiro. A nossa parada foi em uma loja de joias, onde segundo eles tudo é feito com prata verdadeira e pedras do Peru. Depois houve uma parada para o almoço (que estava incluído nos R$70,00 do tour).



Ollantaytambo

Esta é a única cidade da era Inca no Peru ainda habitada. Depois de subir uma parte das ruínas e estarmos tomados pelo cansaço da altitude, a nossa guia Mariela contou um pouco sobre a história do nome do local.
Acredita-se que Ollataytambo tenha origem no general Ollantay, um plebeu condecorado pelo imperador Pachautec, em agradecimento ao serviço prestado pelo seu trabalho no exército. Pachautec disse que Ollantay poderia ter o que quisesse, e este escolheu Kusi Quillur, a filha de Pachautec, que enfurecido negou o pedido.
Aí o negócio virou uma novela mexicana peruana. Kusi nesta altura já estava grávida e foi trancada em uma masmorra. Ollantay pensou que Kusi estava morta e fugiu para a cidade que hoje leva o seu nome, criando lá o seu próprio exército para combater Pachautec. Por dez anos Pachautec enviou tropas para combater Ollantay, e sempre foi derrotado. Depois da morte de Pachautec seu filho Rumi Ñahui assumiu o trono e após incansáveis tentativas de capturar Ollantay fingiu-se de doente e conseguiu enganar e capturar o general em uma emboscada. Mas no fim todo mundo fez as pazes e Rumi Ñahui aceitou que Ollantay se casa-se com sua irmã e todos viveram felizes para sempre. 


Está vendo uma estrada com uma casinha no canto esquerdo? Este era um depósito de alimentos, estrategicamente construído para que a comida durasse mais tempo, pois as correntes de ar que se encontram ali evitavam que a colheita estragasse muito rápido. É possível visitar o local, mas no tour não tivemos tempo. O que fizemos foi subir, subir e subir. 
Os incas veneravam o Puma e encontraram uma enorme pedra que lembrava o animal. Essa pedra foi trazida até o topo das ruínas ( não me pergunte como)  mas hoje só resta uma pedra grande aleatória pois os espanhóis conseguiram danificar a parte da pedra que se parecia com o Puma.


No gramado antes da subida das ruínas há várias pedras espalhadas pelo chão e construções inacabadas. Quando os espanhóis chegaram a construção foi interrompida. A guia falava tanto das atrocidades que os espanhóis cometeram que ela perguntou aos turistas da Espanha se eles ficavam ofendidos rsrsr.
É aqui que muitas pessoas param e seguem direto para a estação de trem de Ollantaytambo e pegar o trem para Machu Picchu.

Chinchero

Nossa última parada, com o sol quase se pondo, foi num pequeno povoado que mantém muitos costumes dos povos andinos. Como já estava quase escuro não conseguimos visitar as mulheres tingindo a lã de alpaca.
No centro há uma igreja rusticamente pintada onde não se pode tirar fotos. Lá são realizadas missas na língua quechua, ainda falada pelos habitantes locais mais velhos. As mulheres conservam o hábito de usar trajes típicos andinos e lavar as batatas em água corrente e colocar para secar no gramado.





Se você fizer esse tour verá pelo caminho que as pessoas colocam garrafas, boizinhos e cruzes no telhado das casas. Quando alguém se muda para uma nova casa eles fazem uma comemoração, abrem uma garrafa de bebida e depois colocam esta no telhado, às vezes junto com um casal de bois que representa a prosperidade.

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